Neste domingo, 2 de abril, o Colégio Sinodal Gaspar Silveira Martins completa 70 anos. A relação com a comunidade evangélica luterana de Venâncio Aires está nas raízes da escola. A igreja evangélica foi o primeiro local a sediar as aulas, enquanto o prédio ainda era construído.
A criação da escola, em 2 de abril de 1953, ocorreu em uma reunião de um grupo de amigos da comunidade evangélica. O objetivo era garantir a construção de um educandário de nível secundário destinada, também, ao público masculino. Afinal, na época, a cidade dispunha apenas de uma instituição que oferecia curso de magistério, para mulheres, o Colégio Nossa Senhora Aparecida, atual Bom Jesus.
A educação era muito valorizada pelos imigrantes alemãs que chegaram ao Brasil em 1824. No entanto, as famílias que fixaram residência em Venâncio Aires – grande parte delas, luteranas – se depararam com a falta de um sistema de ensino. Ao encontro disso, perceberam que a educação de seus filhos dependeria da criação e da manutenção de escolas fundadas pela própria comunidade.
Desde o início, o objetivo foi ter uma escola de qualidade que pudesse garantir, além da alfabetização e do domínio das operações matemáticas, uma formação cultural e humanística – princípios que norteiam o colégio até hoje. Nesse sentido, o educandário acabou abrangendo tanto o público masculino quanto feminino numa formação educacional de nível básico, iniciando no jardim de infância e concluindo o 2º grau.
Ao longo dos 70 anos da escola, a oferta de cursos técnicos também foi um destaque. Desde o fim de 2017, o colégio passou a ser polo de Educação a Distância (EAD) da Universidade do Vale do Taquari (Univates). Atualmente, o colégio tem 600 alunos, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.
“Nesse marco histórico dos 70 anos temos um duplo compromisso: não podemos esquecer o que aconteceu nesse período, das raízes do colégio, de tudo o que se conquistou, e, ao mesmo tempo, a partir de agora, temos a responsabilidade de construir as novas histórias do Colégio Gaspar.”
ALANA ROOS – Diretora
Atividades complementares são destaque
A formação humana está no foco do trabalho do Colégio Gaspar Silveira Martins. Ao encontro disso, se destacam as atividades complementares, oferecidas gratuitamente aos estudantes, nas mais diferentes áreas. Da música ao esporte, do teatro à culinária, da robótica ao artesanato, são opções para todos os gostos e que garantem experiências no turno oposto ao da aula regular.
É justamente no aprendizado que vai além do conteúdo que está o maior ganho dessas atividades, na avaliação da diretora do educandário, Alana Roos, 34 anos. Quando pensa nos estudantes do Gaspar no futuro, ela projeta pessoas bem sucedidas e felizes em suas escolhas, independentemente da área que escolheram para seguir. “Espero que eles possam contar sobre as suas histórias na escola e saber que o Gaspar fez a diferença para o futuro.”
De acordo com Alana, com as atividades extraclasse, são estimuladas competências e habilidades socioemocionais, e são esses projetos o principal diferencial da escola. “Instigamos o estudante a resolver problemas, mediar conflitos, buscar a colaboração, desenvolver a empatia, competências e habilidades que vão fazer a diferença na vida e no mercado de trabalho”, ressalta.
Além disso, com tantas opções de atividades na própria escola, o complexo processo de escolha profissional acaba sendo facilitado. “Os estudantes conseguem se encontrar, descobrir as áreas com as quais se identificam mais”, observa a diretora. Por isso, o objetivo é, cada vez mais, ampliar as opções, com aulas de dança, culinária e fotografia, e até mesmo oficinas na área da saúde e de comunicação visual, para o Ensino Médio.
Para o segundo semestre deste ano, será ofertado um curso de extensão aos estudantes do Ensino Médio, por meio de parceria com a Univates, dentro do Novo Ensino Médio. “Há uma demanda por cursos profissionalizantes, trazida pelos pais. Fizemos uma pesquisa inicial com os estudantes e se destacaram as áreas de engenharia, Tecnologia da Informação (TI) e gastronomia”, adianta Alana.
Estrutura ampliada para acomodar o crescimento do colégio
Ao longo dos últimos anos, o Colégio Gaspar realizou uma série de obras para ampliar a estrutura, ao encontro do crescimento do número de alunos. Atualmente, são 600 estudantes, desde os 3 anos, na Educação Infantil, até o Ensino Médio.
Novos prédios foram construídos e espaços adaptados para melhor atender a demanda da escola. A obra mais recente foi a do refeitório, inaugurado em fevereiro, no início do ano letivo. O espaço tem capacidade para receber até 180 pessoas de forma concomitante, e conta com cozinha industrial e cozinha pedagógica, para oficinas e cursos na área de nutrição e de gastronomia.
O haal de entrada da escola também passou por remodelação e foram feitas melhorias na quadra esportiva do ginásio. A instalação de um gerador de energia elétrica é a prioridade imediada e também já estão previstas reformas do segundo andar do prédio A, do piso e do palco do auditório, além da pracinha. Também devem ser finalizadas as salas de estudo.
Por Juliana Bencke – Folha do Mate